segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Herança




Deixaste a porta aberta,
Trouxeste através dela um embrulho
Amargo, o cheiro alerta,
Perdendo a dama assim o orgulho.
Tocaste o corpo e a alma,
Mãos incertas, mas precisas.
Entrando de maneira calma,
Levaste consigo doces brisas
Da dor não queres o lodo
Semelhante ao que ofereceste.
Negando o próprio engodo,
O embrulho amargo esqueceste.
Todo amor fez-se engenhoso,
Medido em tempos irreais.
Executando esta sentença
Tu, algoz, não ouviste meus ais!
De semita me figuraste,
Dando cabo à esperança.
Talhando em meu corpo a enfermidade, partiste,
Tocando a mim a tua herança.

Denize Muller


( Amor Lúbrico - Textos para serem lidos na cama - 6º lugar no 1º Concruso de Literatura Erótica de Suzano -




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