quarta-feira, 8 de outubro de 2008

ORIENTE-SE OCIDENTE

Nos caos da Babel,
Implosão, explosão.
Quem dentro dele ficou,
Ainda, briga: terra, política, religião.
Quem pro outro lado voou,
Tenta...
Mas, têm a mesma cara turva,
A língua torta
E a vida, por vezes, curta.

Denize Muller

En paz por Amado Nervo

Muy cerca de mi ocaso,
Yo te bendigo, vida
Porque nunca me diste
ni esperanza fallida
ni trabajo injusto,
ni pena inmerecida.
Porque veo al final de mi rudo camino
que yo fui el arquitecto de mi proprio destino
que si extraje la hiel o la miel de las cosas,
fue porque en ellas puse hiel o mieles saborosas.
Cierto, a mis lozanías va a seguir el invierno,
mas tu no me dijiste que mayo fuese eterno
halle sin duda largas las noches de mis penas,
mas tu no pormetiste tan solo noches buenas.
En cambio tuve algunas santamente serenas
! Ame, fui amado, el sol acarició mi faz!
!Vida, nada me deves!
!Vida, estamos en paz!

É assim que me encontro agora, em paz.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

É o cão

Estou cansada e dentro de minha vadiagem, a vertigem é andar de quatro.
Sim, quatro patas, que em tempos de ira,
Jogo no ar pra ver onde vão bater.

Na vitrine, exposta, está minha carne.
Abatida! Em ganchos perfumando a pele, invertida e rósea.
Gasta pelo tempo e pela memória.

É de quatro que me enrabam, dia após dia. (sem dó, nem abraço).
Tentando me fazer ouvir,
O que não arde mais.

Cada um que chega, tem faca afiada.
Escolhendo a parte mais apetitosa,
Fazendo troça, vão cantando até eu gemer.

Mas, há dias em que me canso, de ser manequim.
Neste açougue-butique.
Onde estou avestruz; cabeça pra baixo e traseiro assado.

Aí, caros amigos, eu guardo o rabo,
Calço as patas, meto a cara pra cima:
E ensurdeço o primeiro que me emputecer.

Denize Muller