segunda-feira, 6 de julho de 2009

da M.

Na infância a distração. Já na adolescência a depressão. E por um parecer médico, soube ser eterno o mal que contraíra. Não se rogou, após alguns neurotransmissores serem soldados com noradrenalinas, fez um corte moderno pro cabelo, colocou aparelho e aposentou a cor vermelha. Saiu à caça de um terno, deixou o buço crescer. Se bela, ou fera nem sabia dizer. Mas, depois da dianética e anos de terapia, o controle emocional, fez com que aposentasse o bichinho de pelúcia que à noite dormia entre suas pernas, receptor-transmissor de sua gula, e que de dia rodava e balançava como se fosse um prolongamento do que queria ter.

3 comentários:

Laura Fuentes disse...

Mulher, você voltou ao texto com tudo... acho que todas nós temos esse bichinho de pelúcia entre as pernas.

Tiago Bode disse...

Finalmente, cá estou!

Fantástico em prosa-poética é algo desconhecido, até então, por mim.
Gosto dos neurotransmissores, do buço crescendo e da pelúcia. Esses elementos, postos assim, parecem a lírica dos ándróides de Blade Runner, se eles escrevessem tão bem quanto você...
Simplesmente Denize, fodórius, como sempre.
(confessa: nesse dia vc não foi à terapia....rsrs)

Claudio Brites disse...

as revistinhas na sala de espera do dentista não serão mais as mesmas